Queixo-me às rosas, mas que bobagem,
As rosas não falam,
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...
Nessa passagem da canção As rosas não falam, do compositor Cartola, a constatação sublinhada reflete a atitude do heterônimo pessoano Alberto Caeiro diante do mundo natural, expressa nestes versos:
A noite não anoitece pelos meus olhos.
A minha ideia da noite é que anoitece pelos meus olhos.
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Febre! Febre! Estou trêmulo de febre
E de delírio...
Nada sou, nada me resta,
Não sei quem sou para mim.
O céu de todos os invernos
Cobre em meu ser todo o verão...