“Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem. Compreende-se perfeitamente que o caráter e as formas desse uso sejam tão multiformes quanto os campos da atividade humana, o que, é claro, não contradiz a unidade nacional de uma língua. O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo da atividade humana. (...) Cada campo de utilização da língua elabora seus (...) enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”.
(BAKHTIN, M.; VOLOSHINOV, V.N. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003).
Assinale a opção que corresponda ao pensamento bakhtiniano no que se refere aos gêneros do discurso.
A extrema heterogeneidade dos gêneros discursivos e a dificuldade de definir a natureza geral do enunciado não devem ser minimizadas. Portanto, é de especial importância atentar para a diferença essencial, baseada no caráter funcional, entre os gêneros discursivos primários e secundários.
As mudanças históricas dos estilos de linguagem nem sempre estão necessariamente ligadas às mudanças dos gêneros do discurso. Por isso, para entender a complexa e dinâmica história desses sistemas, é arbitrária qualquer elaboração de uma história dos gêneros discursivos que tenha essa finalidade.
Os gêneros discursivos existem e são empregados de acordo com as condições específicas de um dado campo. Uma determinada função e condições precisas de comunicação discursiva, próprias de cada campo, geram determinados tipos estáveis de enunciados estilísticos, temáticos e composicionais.
As formas de gênero, nas quais moldamos o nosso discurso, diferem substancialmente das formas da língua no sentido da sua estabilidade e da sua coerção (normatividade) para o falante. Em linhas gerais, elas são bem mais flexíveis, plásticas e livres que as formas da língua, diferenciadas pela situação comunicativa.