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Monte Castelo
Renato Russo
Ainda que eu falasse a língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse a língua dos
Homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem
Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor, é só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse a língua dos
Homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
O russo Mikhail Bakhtin, filósofo da linguagem, afirma que nenhum discurso ou texto é puro. Assim, todo discurso é uma resposta a outros tantos discursos que circulam socialmente. Nesse sentido, Renato Russo na música ―Monte Castelo,‖ teve a intenção de se apropriar
do discurso de 1º Coríntios para explicar o que é o amor na visão bíblica.
do discurso de Luís Vaz de Camões para mostrar o Amor como sentimento contraditório.
dos discursos escritos da Bíblia que ensinam que o amor é bom, não quer o mal e não sente inveja.
dos discursos bíblicos e de Camões para atribuir a eles, novos significados, conforme a época e as suas ideias.