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Analise o poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para, em seguida, marcar a...

Analise o poema “Catar feijão”, de João Cabral de Melo Neto, para, em seguida, marcar a opção CORRETA:


CATAR FEIJÃO

Catar feijão se limita com escrever:

jogam-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na da folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo:

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.


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Ora, nesse catar feijão entra um risco:

o de que entre os grãos pesados entre

um grão qualquer, pedra ou indigesto,

um grão imastigável, de quebrar dente.

Certo não, quando ao catar palavras:

a pedra dá à frase seu grão mais vivo:

obstrui a leitura fluviante, flutual,

açula a atenção, isca-a com o risco.

(MELO NETO, João Cabral de. A educação pela pedra e depois. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.)

A

“Catar feijão” é um poema lírico.

B

O poema fala de uma “pedra” desprezada no ato de catar feijão e inútil à literatura.

C

O período iniciado pelo conectivo “certo não” equivale a uma conjunção adversativa.

D

A “pedra” atrapalha a leitura “flutual”. E isso não é bom para o leitor do texto moderno.

E

Outro poeta do Pré-Modernismo brasileiro utilizou a “pedra” como tema de um importante poema dessa fase.