Após a leitura do poema, a seguir, de Paulo Leminski, e análise de todas as referências gramaticais e figurativas usadas pelo autor para a construção da história, marque a opção CORRETA:
O ASSASSINO ERA O ESCRIBA
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
(LEMINSKI, Paulo. Caprichos e relaxos. São Paulo: Brasiliense, 1983.)
O professor era um “pleonasmo”. Essa palavra destacada representa uma figura de pensamento similar à ironia;
O poema de Leminski apresenta uma história narrada com onisciência pelo próprio autor;
A palavra “predicado”, do segundo verso do poema, é sinônimo de “pleonasmo”;
Ter um “jeito assindético”, de acordo com Gramática e, principalmente, com as figurações apresentadas no texto, significa expressar-se de forma isolada e desconectada, em relação à realidade de quem narra a história;
Na frase, “Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça”, o verbo da oração não necessita de complemento.