Nesses dois textos, foram utilizados signos lingüísticos da língua portuguesa para tratar do mesmo tema — a Cabanagem —, entretanto existem profundas diferenças entre ambos. Essas diferenças, do ponto de vista da composição do signo lingüístico, que supõe um conjunto de sons (o significante) associado a um conceito (o significado), se justificam pelo fato de que
apenas no texto II, são empregados signos lingüísticos em desuso na atualidade, como "Anica", "Patacho", "tapuios", "herdades", "quatro", "terçados", "quinados" e "maças", cujo significante perdeu a relação imediata com o significado.
são apresentados, no texto I, e não no texto II, signos lingüísticos cujo significado extrapola o sentido dicionarizado do significante, privilegiando a linguagem denotativa, informativa.
o texto II, ao contrário do texto I, é literário e nele prevalece a linguagem conotativa, que resulta do acréscimo de outros significados paralelos ao significado usual da palavra, isto é, um outro plano de conteúdo está associado ao plano da expressão.
os signos lingüísticos que formam o texto I, de natureza figurada e poética, diferem de uma cultura para outra, de uma classe social para outra, de uma época a outra; enquanto aqueles que compõem texto II, de caráter informativo e referencial, têm sentido invariável e constante.