ADIAR PRIORIDADES SÓ CRIA MAIS PROBLEMAS
Cortar gastos, pagar dívidas, fazer regime, ir ao dentista. Para quase todo mundo, isso é bastante desagradável. Por que então não deixar para depois? Eu também costumo adiar o que não me traz prazer ou o que, penso, dará muito trabalho. Outro dia, li um interessante exemplo criado pelo inesquecível escritor americano Mark Twain: imagine que, por algum motivo de saúde, você seja obrigado a comer um sapo vivo, grande e melado.
Não há escolha, é preciso comer para sobreviver, uma questão de vida ou de morte. Quando você vai querer comer esse sapo? Vai deixá-lo sobre a mesa do escritório? Em cima da pia da cozinha até que surja um pouquinho de vontade? Na sacada do apartamento, enquanto você pensa sobre o assunto? Ou vai sair para o boteco com os amigos para esquecer o problema? Tudo isso só aumentará seu grau de insatisfação. Aposto que você não encontrará mais prazer na vida. Ficará imaginando qual é o sabor daquele sapo nojento.
A melhor saída? Engolir o sapo o mais depressa possível. O anfíbio não vai ficar com gosto melhor depois de alguns dias. Por isso, é bom enfrentar logo o problema. Comendo o sapo agora você vivenciará a mesma experiência desagradável que teria ao comê-lo daqui a 50 dias. Só que, ao resolver a questão imediatamente, você vai se livrar do estresse de ficar pensando no sapo. Depois de comê-lo ele não habitará mais seus pensamentos.
Mauro Halfeld, Época, 22/10/2007
"Depois de comê-lo, ele não habitará mais seus pensamentos"; se fossem dois sapos, em lugar de um, a forma dessa mesma frase deveria ser alterada para:
Depois de comê-lo, eles não habitarão mais seus pensamentos;
Depois de comê-los, eles não habitarão mais seus pensamentos;
Depois de comê-los, ele não habitará mais seus pensamentos;
Depois de comê-lo, eles não habitará mais seus pensamentos;
Depois de comê-los eles não habitará mais seus pensamentos.