“Por que você escreve? A essa pergunta Balzac respondeu: para ser rico e célebre. Outros responderão certamente: porque é um ato necessário a meu equilíbrio psíquico, eu escreveria mesmo que eu não fosse publicado. Essas são as duas respostas extremas. Eu direi quanto a mim: para ser lido. Eu me considero como um artesão em sua oficina, aperfeiçoando esse objeto manufaturado destinado a ser vendido, um livro. Um livro é uma criação, que comporta um primeiro e um segundo grau. No primeiro, eu invento uma história e personagens. No segundo, o leitor se apoia no que inventei e persegue minha criação para torná-la sua. E como toda criação traz alegria, há para mim uma dupla felicidade: a de criar e a de suscitar uma criação entre meus leitores. Eu acendo um fogo que me dá calor e luz, mas eu o expando e observo milhões de pequenas luzes tremulando sobre toda a terra, feitas nos espíritos e corações por minhas obras” (Michel Tournier, Libération, 1985).
Sobre a significação desse pequeno texto, é correto afirmar que:
segundo o texto, no fundo, todos escrevem pelo mesmo motivo: tornarem-se ricos e célebres;
em resumo, os escritores pretendem trazer felicidade aos homens, mesmo que não sejam publicados;
o autor do texto responde à pergunta inicial, apoiado em sua experiência pessoal, destacando o poder da criação;
escrever é uma experiência que requer dedicação e trabalho a fim de que o livro possa ser amplamente consumido;
os autores criam histórias e personagens para que os leitores se sintam motivados a criarem os seus.