Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett, de onde se extraiu o excerto, foi publicado em 1846. Analisando-o, flagram-se usos que denunciam tratar-se de um momento histórico, social e espacial diferente daquele que hoje se vivencia. Um exemplo que mostra inequivocamente essa diferença contextual está na seguinte reescrita:
“... a janela meia aberta de uma habitação antiga mas não dilapidada...”
[... a janela meia aberta de uma habitação antiga todavia não dilapidada...]
“Se for homem é poeta; se é mulher está namorada.” [Caso venha a ser homem é poeta; caso venha a ser mulher está namorada.]
“Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se por entre um claro das árvores a janela meia aberta...” [Para mais realçar a beleza do quadro, vê-se a janela meia aberta por entre um claro das árvores...]
“Como há de ser belo ver pôr o Sol daquela janela!...” [Como deve ser belo ver o Sol se pôr daquela janela!...]
“... e carregada na cor pelo tempo e pelos vendavais do sul a que está exposta.”
[... e carregada na cor pelo tempo e pelos vendavais do sul à qual se expõe.]