Texto para as questões de 6 a 8
1 A ciência moderna teve de lutar com um inimigo
poderoso: os monopólios de interpretação, fossem eles a
religião, o estado, a família ou o partido. Foi uma luta
4 travada com enorme êxito e cujos resultados positivos vão
ser indispensáveis para criar um conhecimento
emancipatório pós-moderno. O fim dos monopólios de
7 interpretação é um bem absoluto da humanidade.
No entanto, como a ciência moderna colonizou as
outras formas de racionalidade, destruindo, assim, o
10 equilíbrio dinâmico entre regulação e emancipação, em
detrimento desta, o êxito da luta contra os monopólios de
interpretação acabou por dar lugar a um novo inimigo, tão
13 temível quanto o anterior, e que a ciência moderna não
podia senão ignorar: a renúncia à interpretação,
paradigmaticamente patente no utopismo automático da
16 tecnologia e também na ideologia e na prática consumistas.
Boaventura de Sousa Santos. A crítica da razão indolente. São Paulo: Cortez, 2007, p. 95 (com adaptações)
No desenvolvimento das ideias do texto, introduz-se uma ideia de causa com o uso
de "para" (l.5).
de "como" (l.8).
de "destruindo" (l.9).
do sinal de dois-pontos depois de "ignorar" (l.14).