Quanto ao “transtorno de linguagem receptiva” (F80.2 – CID-10), é correto afirmar:

De todas as variedades de transtornos específicos do desenvolvimento da fala e linguagem, este é o que tem menor índice de perturbações sociais, emocionais e comportamentais associadas.

Não estão incluídos nesta categoria a surdez verbal, a falha de percepção auditiva congênita e a afasia de Wernicke de desenvolvimento.

Algum grau de perda auditiva de alta frequência não é infrequente, e o grau de surdez pode ser suficiente para ser responsável pelo comprometimento da linguagem.

O diagnóstico deve ser feito apenas quando a gravidade do atraso na linguagem receptiva estiver fora dos limites normais de variação para a idade mental da criança e quando os critérios para um transtorno invasivo do desenvolvimento forem satisfeitos.

As crianças com este transtorno diferem das crianças autistas por usualmente mostrarem reciprocidade social normal, brincadeiras normais de faz-de-conta, procura normal dos pais para consolo, uso quase normal de gestos e apenas leves comprometimentos na comunicação não verbal.