Crise Convulsiva Febril (CCF) na infância pode ocorrer de 2% a 5% em todas as crianças neurologicamente saudáveis, com alta taxa de ocorrência na população pediátrica, as CCF apresentam altas taxas de recorrência, uma vez entre 30% a 40% de todas as crianças que apresentarem um primeiro evento, terão, pelo menos, uma recorrência. Sobre este tema, o que é INCORRETO afirmar?
Normalmente, a primeira crise ocorre, em média, na idade entre 18 e 22 meses, podendo ser de dois tipos: simples, uma única crise tônico-clônica generalizada com duração geralmente ao redor de 5 minutos, e, complexa ou complicada: crises focais e/ou com duração maior que 15 minutos e/ou se recorrer em menos de 24 horas. Clinicamente, a apresentação inicial pode ser de estado de mal epiléptico febril (EMEF).
As primeiras 24 horas correspondem ao período de maior risco para ocorrência de crise, pois uma parte se desenvolve uma hora após o início da febre e em mais de 50% dos bebês, em um intervalo de 1 a 24 horas, e, apenas em 22%, ocorre acima de 24 horas.
O diagnóstico da crise febril é eminentemente clínico. Na maioria das vezes, trata-se de uma crise generalizada, isto é, com perda de consciência, podendo ter apresentação tônicoclônica, tônica ou atônica. Outras vezes são caracterizadas por olhar fixo, cianose e sinais focais, com ou sem comprometimento da consciência. Em geral, a recuperação é imediata. Caso a criança continue sonolenta, com exame neurológico anormal, deve-se atentar para uma doença de base com possível comprometimento neurológico.
A grande maioria das crises são complexas, correspondendo a 70-75% de todos os casos, enquanto as simples respondem por 9-35% do total.
Os mecanismos fisiopatológicos para a convulsão febril ainda não foram claramente estabelecidos, mas acredita-se que a condição de imaturidade do cérebro, a falta de mielina, a diferença de permeabilidade celular e a atividade elétrica do cérebro da criança são algumas das razões que tornam as crianças mais suscetíveis a convulsões febris do que os adultos.