Em relação à nutrição enteral e parenteral, conforme as diretrizes da ASPEN (American Society for Parenteral and Enteral Nutrition, 2018), analise as alternativas e escolha a correta:
A nutrição enteral é contraindicada em pacientes com disfunção renal, pois a absorção de nutrientes, particularmente proteínas e eletrólitos, pode sobrecarregar os néfrons comprometidos, levando ao agravamento da insuficiência renal aguda ou crônica. Estudos sugerem que o aumento do fluxo de proteínas pela via enteral pode intensificar a carga de ureia no metabolismo hepático, exacerbando a azotemia, conforme Guyton & Hall (2011). A ASPEN (2018), no entanto, recomenda cautela na escolha de fórmulas enterais para evitar esse efeito.
A nutrição parenteral deve ser sempre a primeira escolha para pacientes críticos, uma vez que o fornecimento intravenoso direto de nutrientes permite um controle mais preciso de macronutrientes e eletrólitos, minimizando os riscos de intolerância gastrointestinal, como distensão abdominal e diarreia. Além disso, a nutrição parenteral evita o uso do trato gastrointestinal, reduzindo o risco de isquemia intestinal, conforme as recomendações da ASPEN (2018).
A nutrição enteral é preferencial à nutrição parenteral sempre que o trato gastrointestinal estiver funcional, pois estimula a integridade da mucosa intestinal, previne a translocação bacteriana e reduz o risco de infecções sistêmicas. Segundo a ASPEN (2018), a nutrição enteral é associada à diminuição da resposta inflamatória sistêmica e ao aumento da secreção de imunoglobulina A (IgA) na mucosa intestinal, fatores que protegem contra a sepse. A manutenção da função intestinal, mesmo em pacientes críticos, é fundamental para a preservação da imunidade local e a redução de complicações infecciosas.
A nutrição parenteral é mais indicada em pacientes com insuficiência hepática, pois a capacidade do fígado de metabolizar nutrientes fornecidos por via enteral é significativamente prejudicada. Conforme as diretrizes da ASPEN (2018), a carga de proteínas e carboidratos administrados via enteral pode aumentar os níveis de amônia plasmática, exacerbando os sintomas de encefalopatia hepática. A nutrição parenteral oferece um meio de modular o aporte de nutrientes, particularmente os aminoácidos, para prevenir a sobrecarga metabólica hepática.
O uso prolongado de nutrição enteral é contraindicado em pacientes oncológicos, especialmente aqueles com tumores gastrointestinais, pois há evidências de que o estímulo contínuo do trato digestório favorece a progressão tumoral através da proliferação celular exacerbada e da angiogênese, conforme estudos da ASPEN (2018). Além disso, o uso prolongado de nutrição enteral pode gerar alterações na microbiota intestinal, favorecendo um ambiente mais inflamatório que agrava a evolução da doença oncológica.