De acordo com as constatações de Faiad, Pasquali e Oliveira (2019) sobre o histórico e ...

Com a chegada do século XX, Locke reaparece nos Estados Unidos e Rousseau, na Europa, mostrando duas grandes vertentes (mecanicista e organicista) da avaliação psicológica. No Brasil, são as vertentes organicistas de Freud e Piaget que predominam, sendo o maior desafio a dificuldade de aferir importantes pressupostos estatísticos por meio dessas duas vertentes.

O primeiro laboratório de avaliação psicológica foi fundado pelo fisiólogo alemão Wundt, em 1879, em Leipzig, na Alemanha. Wertheimer foi um importante divulgador do trabalho de Wundt nos Estados Unidos. Em seguida, surgiu Titchener, que se dedicava aos estudos dos processos da percepção. No Brasil, a avaliação psicológica foi reconhecida como função do psicólogo por meio da Lei n.ᵒ 4.119, quando o curso de formação profissional em psicologia foi oficializado no Ministério da Educação (MEC). Atualmente, o maior desafio da avaliação é a falta de referências para avaliar populações com deficiências.

O primórdio da avaliação psicológica está nos estudos do temperamento do romano Galeno, que embasou, por décadas, a proposta de classificação da personalidade. No Brasil, o marco foi a criação do Sistema de Avaliação dos Testes Psicológicos (Satepsi). O futuro da avaliação está na busca das causas do comportamento no funcionamento neurológico. Essa perspectiva dirige a atenção do pesquisador à base corporal de todo processo psíquico e contribui com conhecimento básico a respeito do funcionamento das funções psíquicas, como, por exemplo, pensamento, memória e percepção.

A testagem psicológica teve seus avanços iniciais marcados pelos estudos de Galton, Cattell, Binet e Spearman. Novos avanços foram impulsionados com a necessidade de seleção de recrutas do exército durante a I Guerra Mundial e com o desenvolvimento da técnica estatística Análise Fatorial. Outros marcos importantes foram o desenvolvimento da Teoria de Resposta ao Item e a elaboração de documentos normativos, Standards, para melhoria da avaliação psicológica no mundo. No Brasil, a década de 1990 se destaca por uma série de eventos específicos que colocaram a avaliação psicológica como uma área importante da psicologia, desencadeando seu reconhecimento como uma área de especialização pelo Conselho Federal de Psicologia em 2019. Uma perspectiva futura dessa área, talvez, seja investigar o uso da inteligência artificial e da robótica como processo de avaliação do comportamento humano.

Somente com o desenvolvimento da computação, a área de avaliação psicológica teve o reconhecimento de sua relação indissociável entre o estabelecimento da psicologia como ciência e profissão. Hoje há meios para avaliar muitos construtos psicológicos, envolvendo comportamentos, afetos, processos cognitivos, sintomas, valores e atitudes, entre outros aspectos da vida íntima das pessoas. Atualmente, o único desafio para a área é a restrição de conteúdos e de cargas horárias de avaliação psicológica nos cursos de graduação.