O modelo familiar com base na relação conjugal heterocisgênera rege nossas compreensões sociais a respeito de como se produzem pais, mães, filhos, filhas e toda a teia de parentesco. Resulta daí a relevância das contribuições teóricas de Judith Butler para a revisão crítica da heteronormatividade, pois, segundo a autora
a concepção cultural de gênero opera como matriz de inteligibilidade à qual está submetido, inclusive, o corpo biológico.
a partilha entre os sexos masculino e feminino deve ser compreendida a partir das fórmulas quânticas de sexuação.
a homossexualidade e a lesbianidade são capazes de romper com a opressão de gênero e a heterossexualidade compulsória.
o gênero é um constructo cultural e discursivo sem relação com a anatomia biológica e natural que divide homens e mulheres.
a socioafetividade é o elemento mais importante a ser considerado, sendo atualmente mais valorizado do que a consanguinidade.