Segundo Gomes (2011), o carbacol é um colinérgico direto usado no tratamento de alguns tipos de glaucoma que apresenta tempo de ação superior ao do protótipo, a acetilcolina, que não é utilizada como fármaco devido à sua ação fugaz, em função das hidrólises enzimática, catalisada pela acetilcolinesterase, e química que são rápidas.
A carga presente na amina quaternária é estabilizada pelo efeito indutivo do grupo amina na molécula do carbacol, fato que promove a estabilidade química e enzimática quando comparada à molécula da acetilcolina.
O aumento na densidade eletrônica ocasionado pela inserção de um grupo amina e os efeitos indutivos do grupo carbonila na molécula do carbacol foram os principais aspectos responsáveis pelo ganho de estabilidade química e enzimática quando comparado com a molécula de acetilcolina.
O rearranjo de Hofmann observado na molécula de carbacol, pela transferência de uma metila da amina quaternária para o átomo de nitrogênio do grupo amida, é o principal mecanismo de ação que justifica sua melhor interação com o receptor específico.
A presença do grupo amino na molécula do carbacol, doador de elétrons por efeito de ressonância, levou à diminuição da densidade de carga positiva no carbono carbonílico do carbacol, quando comparado com a acetilcolina, conferindo maior estabilidade química e enzimática.
O efeito indutivo do grupo amina e o ataque nucleofílico no carbono carbonílico do carbacol são determinantes no ganho de estabilidade química e enzimática da molécula do cabacol quando comparado com a molécula da acetilcolina.