De acordo com Iamamoto (2021), no artigo intitulado Os desafios da profissão de Serviço Social no atual contexto de retrocessos das conquistas da classe trabalhadora, “O Serviço Social brasileiro assumiu um ideário emancipatório, herdeiro da história da luta mundial dos/as trabalhadores/as, calcada na grande política e em valores que dignificam o gênero humano. Ele representa o antídoto para enfrentar a alienação do trabalho, indissociável do estatuto assalariado. Dotado de ‘caráter ético-político’, ele dispõe de uma dimensão de universalidade que impregna o trabalho cotidiano voltado aos interesses da coletividade ou da ‘grande política’, como momento de afirmação da teleologia e da liberdade na práxis social”. Na sequência do texto, após a citação mencionada, a autora apresenta argumentos que retratam o contexto atual da sociedade.
Diante do exposto, assinale a alternativa INCORRETA, que não corresponde aos argumentos da autora:
É necessário cultivar, nessa categoria, a competência crítica – para além das necessidades do mercado e do capital –, politicamente sensível aos interesses e necessidades da maioria dos/as trabalhadores/as, o que requer articular razão crítica e história.
As políticas anticrise de raiz ultraliberal – hoje na sua plenitude – são partes de um “projeto de classe destinado a restaurar e consolidar o poder do capital, privatizando lucros e socializando custos”, como alerta Harvey (2011).
Nesses tempos devastadores e obscurantistas – e na sua contracorrente –, universidade e entidades profissionais nada podem fazer para ativar o pensamento crítico, o que resta ao profissional é aceitar os dilemas nacionais e regionais como parte constitutiva de seu trabalho.
As riquezas naturais – das florestas, dos minérios, da água e do ar – subordinam-se à lógica da mercantilização e da reprodução ampliada do capital, comprometendo a qualidade de vida no planeta e as populações originárias, a exemplo da Amazônia brasileira na atualidade.
Ao eclodir, a pandemia do Sars-Cov-2 (Covid-19) encontra um terreno já minado pela crise do capital. A perspectiva neoliberal tende a “naturalizar” a crise, atribuindo sua razão de ser a um elemento biológico, exógeno à economia. Nesse cenário sanitário, a vacinação é absolutamente necessária para preservar vidas – ainda que não suficiente para dinamizar a produção e o consumo no país e reverter o crescimento de desigualdades/ dificuldades preexistentes.