Texto 1:
“Desde que se compreenda em toda a sua amplitude a noção de disciplina, desde que se reconheça que uma disciplina escolar comporta não somente as práticas docentes da aula, mas também as grandes finalidades que presidiram sua constituição e o fenômeno de aculturação de massa que ela determina, então a história das disciplinas escolares pode desempenhar um papel importante não somente na história da educação, mas na história cultural”.
(CHERVEL, André. História das disciplinas escolares: reflexões de um campo de pesquisa. Teoria & Educação. 2, 1990).
Texto 2:
“Ao discorrer sobre a construção das disciplinas escolares, em particular sobre a ortografia francesa, Chervel criticava os esquemas explicativos que posicionavam o saber escolar como um saber inferior ou derivado dos saberes superiores, fundados pelas universidades; e a noção da escola como simples agente de transmissão de saberes elaborados fora dela [...]”.
(FARIA FILHO, L.M. et al. A cultura escolar como categoria de análise e como campo de investigação na história da educação brasileira. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30, n. 1).
André Chervel, no texto “História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa”, afirma que cada uma das disciplinas que compõe o currículo escolar são:
Construções provenientes dos consensos sociais que se impõem sobre a escola.
Conteúdos rígidos e fixos ensinados na escola, que perpassam gerações sem alterações.
Tradução das ciências consideradas pela sociedade como relevantes para serem ensinadas às gerações mais jovens.
Produto próprio da escola e da cultura escolar, na mediação que realiza com um campo de conhecimento.