A pobreza e a extrema pobreza têm efeitos terríveis para a dignidade das pessoas e, no caso de crianças e adolescentes, trazem consequências irreparáveis. A situação compromete irreversivelmente seu desenvolvimento, condenando-os ao estado perpétuo de vulnerabilidade. Crianças criadas em um ambiente de privação e violência não conseguem crescer, estudar e trabalhar, o que dificulta que se tornem adultos independentes, perpetuando o ciclo de pobreza.
Pobreza no Brasil - População dos Pobres % - Série Harmonizada
Fonte: FGV Social/CPS a partir de microdados da PNAD, PNADC Trimestral e PNADC Anual/IBGE
A partir da análise do gráfico e dos estudos sobre a desigualdade social no Brasil, podemos concluir que:
O curto período de melhora nos indicadores da pobreza compreendeu uma política de descontrole de gastos públicos e baixo crescimento econômico o que levou ao seu insucesso.
Tivemos um breve ciclo de diminuição da pobreza que não se sustentou ao longo dos anos em razão, principalmente, do alto custo das políticas de distribuição de renda e a ausência de políticas redistributivas.
A pobreza no Brasil a partir de 2003 experimentou um ciclo de declínio que durou mais de dez anos, sendo tal fato atribuído ao crescimento econômico e às políticas de distribuição de renda, além da valorização do salário mínimo.
A diminuição da pobreza é explicada pela combinação e soma de diversas ações governamentais, com destaque para a adoção de políticas macroeconômicas de controle das contas públicas e austeridade fiscal aliadas à valorização do salário mínimo.
O gráfico apresenta que, apesar da diminuição da pobreza ao longo dos anos, o número de pobres ainda representa mais de 15% da população, e que as políticas sociais implantadas no período, em especial os programas de transferência de renda, como o programa Bolsa Família, não resolveram o problema.