Baudrillard (2005, p. 22) criou uma expressão constantemente utilizada hoje, que é a “sociedade de consumo”. Conforme Baudrillard, nas circunstâncias da sociedade atual, o consumo irrompe na vida das pessoas como por impulso. As relações de consumo permeiam e envolvem toda a sociedade; a realização pessoal é basicamente balizada através e por ele. Nas últimas décadas, principalmente pela sofisticação e pelo amplo acesso das tecnologias midiáticas pela população, o consumismo tem se alargado significativamente, logicamente servindo aos interesses e patrocinado pela burguesia industrial. No contexto atual, há um apelo engenhoso e todo tipo de pirotecnias ideológicas pelo individualismo e ao egoísmo, tornando o interesse pela política social local e mundial muito reduzida, é visível a descrença na militância política e nos movimentos sociais tão fortes nos anos 1960 e 1980.
(Disponível em: https://1library.org/article/cidadania-e-consumocidadania-e-participa%C3%A7%C3%A3o-algumas.q5ml2nvw.)
Na atualidade, as pessoas traçam seus planos e sonhos em aquisições e consumos para satisfazer os seus desejos. Muitas vezes, a função da mídia é justamente criar desejos e que esses desejos se tornem necessidades no homem. Nessa conjuntura, em sua maioria capitalista:
“O sonho de consumo” vai deixando de ser o sonho pessoal para se tornar o sonho coletivo, que requer um mínimo de sacrifício para a realização do bem comum.
Como um processo natural, as pessoas de todas as classes sociais inverteram a ordem de valores, ou seja, trocaram os direitos de cidadania pelo direito ao consumo.
Há um convite incessante, frenético e irrefreável para um consumo compulsivo, doentio e supérfluo que, de certa forma, leva a alienação que é, portanto, um elemento constitutivo do homem consumista.
O senso comum acaba se ajustando ao que a mídia representa ideologicamente, ou seja, nos tempos hodiernos a aproximação afetiva entre as pessoas, a partir da tecnologia vai se expandindo e se solidificando.
Essa ideologia de consumo e alienação vai de encontro aos ideais do capitalismo que preconiza justamente isso: a existência de classes dominantes que possuem condições de consumir, enquanto as demais são excluídas totalmente.