Leia o texto a seguir.
“Meu avô me levava sempre em suas visitas de corregedor às terras de seu engenho. Ia ver de perto os seus moradores, dar uma visita de senhor nos seus campos. O velho José Paulino gostava de percorrer a sua propriedade, de andá-la canto por canto, entrar pelas suas matas, olhar as suas nascentes, saber das precisões de seu povo, dar os seus gritos de chefe, ouvir queixas e implantar a ordem. Andávamos muito nessas suas visitas de patriarca. Ele parava de porta em porta, batendo com a tabica de cipó-pau nas janelas fechadas. Acudia sempre uma mulher de cara de necessidade: a pobre mulher que pariu os seus muitos filhos em cama de vara e criava-os até grandes com o leito de seus úberes de mochila. Elas respondiam pelos maridos:
- Anda no roçado.” [...]
(REGO, José Lins do. Menino de engenho. 31. ed. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 27).
Sabendo-se que o romance Menino de Engenho é ambientado no nordeste açucareiro do Brasil, no início do século XX, o trecho selecionado permite concluir que
as relações sociais de produção na região eram capitalistas com o fim da escravidão.
os senhores de engenho substituíam a autoridade legal do Estado em suas propriedades.
os princípios de reciprocidade eram uma estratégia de sobrevivência dos empregados.
as relações sociais de produção eram uma mistura de colonato e relações capitalistas.