(...) as características gerais da sociedade pós-industrial abrem pouco espaço para a organização sindical, embora a extensão desse espaço possa ser diferente quando se avaliam sociedades nacionais específicas.
(RODRIGUES, Leôncio Martins. Destino do Sindicalismo. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2009, p. 298)
A partir da década de 1980 nos países desenvolvidos, e na década seguinte no Brasil, os sindicatos sofreram grave crise, observada até os dias atuais, e que se exprimiu no declínio do número de sindicalizados, assim como na diminuição do poder sindical frente ao das empresas. Dentre os fatores que conduziram a essa situação, encontra-se a
fragmentação da classe trabalhadora, em virtude principalmente do aumento do setor de serviços e da flexibilização das normas de contratação e regulação do trabalho.
progressiva verticalização da produção industrial, com a concentração de todas as etapas do processo produtivo em uma só empresa, de maneira a reduzir custos.
diminuição relativa, no período considerado, da mão de obra feminina nas empresas, dada a discriminação sofrida pelas mulheres em um contexto de crescente machismo.
homogeneização dos regimes de contratação nos moldes da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a universalização da carteira de trabalho e da jornada de 8 horas.
institucionalização, no período considerado, de garantias trabalhistas cada vez mais sólidas, expressas em direitos resguardados pela legislação de cada país.