Em A urbanização brasileira, Milton Santos afirma que as novas relações dentro do território brasileiro estão a nos indicar que o processo de metropolização vai prosseguir paralelamente a um processo de
periferização da população brasileira, à medida que diversos segmentos sócio-étnicos-raciais e portadores de culturas regionais irão se acumular e se acotovelar nas margens do cinturão rico e desenvolvido das grandes cidades brasileiras.
desmetropolização, à medida que as maiores cidades continuarão a crescer, enquanto novas grandes cidades surgirão, com a coexistência de movimentos que só em aparência são contraditórios, pois são obedientes a uma mesma lógica, socioeconômica e geográfica.
estruturação de uma cidadania vinculada à capacidade de consumo de bens materiais e simbólicos. Com cidadãos protegidos, portanto, em seus direitos fundamentais, tais como direito à moradia, à transporte, à educação e à saúde de qualidade.
favelização da malha urbana e dos centros históricos dessas grandes cidades. Produzindo, em larga escala, criminalidade e a violência incontida, que poderão gerar também um aumento das reivindicações sociais, bem como a criação de condomínios luxuosos longe desse ambiente hostil.
constituição de inúmeras cidades-dormitórios que crescem de maneira parasitária aos grandes centros urbanos, politica e economicamente assistidos e ricos.