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Para Joan Scott, em seu texto intitulado “Gênero: uma categoria útil de análise históri...

Para Joan Scott, em seu texto intitulado “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”, o conceito de gênero chegou até nós através de pesquisadoras norte-americanas que passaram a usar a categoria “gender” para falar das “origens exclusivamente sociais das identidades subjetivas de homens e mulheres” [...] De fato, não existe uma determinação natural de alguns comportamentos de homens e de mulheres, apesar das inúmeras regras sociais calcadas numa determinação biológica diferencial dos sexos usadas nos exemplos mais corriqueiros, como “mulher não pode levantar peso” ou “homem não tem jeito para cuidar de criança”.

(SCOTT, Joan, 1990.)


“[...] Por ‘gênero’, eu me refiro ao discurso sobre a diferença dos sexos. Ele não remete apenas a ideias, mas também a instituições, a estruturas, a práticas cotidianas e a rituais, ou seja, a tudo aquilo que constitui as relações sociais. O discurso é um instrumento de organização do mundo, mesmo se ele não é anterior à organização social da diferença sexual. Ele não reflete a realidade biológica primária, mas ele constrói o sentido desta realidade. A diferença sexual não é a causa originária a partir da qual a organização social poderia ter derivado; ela é mais uma estrutura social movediça que deve ser ela mesma analisada em seus diferentes contextos históricos.”

(Scott, 1998:15.)


Em relação a diversas concepções em pauta acerca das questões de “Gênero, sexualidade e identidades”, é correto afirmar que

A

no caso das sociedades ocidentais contemporâneas, em relação às questões de gênero, a biologia é tida como uma explicação irrefutável e única, pois, como ciência, tem valor de verdade.

B

essa explicação da ordem natural é vista por muitos estudiosos como uma formulação ideológica que serve para justificar os comportamentos sociais de homens e mulheres em determinada sociedade.

C

para a ciência biológica, o que determina o gênero é o tamanho das células reprodutivas. Biologicamente, isso define o comportamento masculino ou feminino das pessoas, que não está sujeito a influências exteriores.

D

como as influências sociais não são visíveis e têm muitas variáveis, as diferenças entre homens e mulheres parecem ser “naturais”, biológicas, quando, na verdade, são identidades subjetivas, determinadas apenas pela consciência coletiva.