Imagem de fundo

Trechos de “O príncipe”, de Maquiavel, 1513. “É necessário, portanto, que o príncipe qu...

Trechos de “O príncipe”, de Maquiavel, 1513.


“É necessário, portanto, que o príncipe que deseja manter-se aprenda a agir sem bondade, faculdade que usará ou não, em cada caso, conforme seja necessário. […] Naturalmente, seria muito louvável que um príncipe possuísse todas as boas qualidades, mas como isso não é possível, pois as condições humanas não o permitem, é necessário que tenha a prudência necessária para evitar o escândalo provocado pelos vícios que poderiam fazê-lo perder seus domínios, evitando os outros, se for possível; se não for, poderá praticá-los com menores escrúpulos. [...] Os Estados que se conquistam, e que estão habituados a viver com suas próprias leis e em liberdade, existem três modos de conservá-los: o primeiro, arruiná-los; o outro, ir habitá-los pessoalmente; o terceiro, deixá-los viver com suas leis, arrecadando um tributo e criando em seu interior um governo de poucos, que se conservam amigos, porque, sendo esse governo criado por aquele príncipe, sabe que não pode permanecer sem sua amizade e seu poder, e há que fazer tudo por conservá-los [...].”

(Maquiavel. O príncipe. Apud: ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Maquiavel – A lógica da força. São Paulo: Moderna, 1993.)


A partir dos trechos em destaque e do pensamento em geral de Maquiavel sobre o poder, é correto afirmar que para o autor

A

surgiria, a partir do chamado “contrato social”, uma espécie de acordo entre indivíduos e governo. E essa ideia seria calcada num pacto de associação, não de submissão política.

B

considerava que o mais complexo para um rei era a manutenção do poder, que dependia de uma articulação política rígida e sábia, com a ousadia, sagacidade, perspicácia e carisma.

C

a legitimação do poder real se daria através da crença na validez de preceitos racionalmente formados, que repousariam, no caso, na premissa do direito divino de governar.

D

o Estado, representado unicamente pelo governante, usaria como suporte as normas éticas, que surgiriam naturalmente, na prática, entre governo e sociedade, para validar o poder político.