Na agricultura [...] o elemento fundamental será a grande propriedade [...] que corresponde à exploração agrícola em larga escala, em oposição à pequena exploração do tipo camponês. [...] A colonização portuguesa foi estritamente levada pelas circunstâncias em que se processou, e sofreu as contingências fatais criadas pelo conjunto das condições internas e externas que acompanham a obra aqui realizada por ela. A grande exploração agrária − o engenho, a fazenda − é consequência natural e necessária de tal conjunto; resulta de todas aquelas circunstâncias que concorrem para a ocupação e aproveitamento deste território que havia de ser o Brasil [...]. São estes, em última análise, os fatores que vão determinar a estrutura agrária do Brasil colônia. Os três caracteres apontados: a grande propriedade, monocultura, trabalho escravo, são formas que se combinam e completam; e derivam diretamente e como consequência necessária, daqueles fatores. Aliás em todas as colônias em que concorrem, não só no Brasil, tais caracteres reaparecem.
(PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. São Paulo: Brasiliense, 1961. p. 113.)
Assinale a afirmativa que corretamente explica as razões históricas para a predominância da grande propriedade monocultural e do trabalho escravo no Brasil colonial.
A colonização portuguesa foi influenciada pela necessidade de integração ao sistema econômico mundial, o que levou à criação de grandes propriedades monoculturais voltadas para a exportação, utilizando trabalho escravo como forma de maximizar a produção e os lucros.
A imposição de políticas mercantilistas pela Coroa Portuguesa determinou que as colônias deveriam ser autossuficientes, promovendo a criação de pequenos latifúndios diversificados, com uma força de trabalho composta majoritariamente por colonos europeus e indígenas.
A necessidade de colonizar rapidamente o vasto território brasileiro levou os portugueses a adotarem pequenas propriedades diversificadas, onde a produção agrícola era destinada, principalmente, ao mercado interno, utilizando mão de obra livre e indígena.
A falta de interesse da Coroa Portuguesa na integração ao comércio mundial resultou na criação de grandes propriedades monoculturais voltadas exclusivamente para o mercado interno, utilizando trabalho escravo apenas como um recurso adicional.
As características climáticas e geográficas do Brasil, aliadas ao isolamento das colônias portuguesas, resultaram em um sistema agrário baseado em pequenas propriedades diversificadas, com mão de obra livre, orientado para a subsistência local e regional.