Segundo Elias (2024), os fatores de perdas em grãos armazenados podem ser agrupados em autodecomposição, ataque microbiano, ação de pragas e físicos. Apesar de correlações entre eles, há predominância de características diferenciadas para cada origem. Estudados isoladamente, ou em conjunto, representam aspectos quantitativos e qualitativos. Os dois primeiros são predominantemente, qualitativos, enquanto os dois últimos são essencialmente quantitativos. Assim, pode-se afirmar que:
Os fatores que influenciam a qualidade do grão são: características de espécies e variedades; condições de desenvolvimento das culturas; época e condição de colheita; métodos de secagem; sistema de armazenamento e métodos de conservação.
Temperatura e umidade elevadas, dos grãos e/ou do ambiente, intensificam as reações de autodecomposição.
A autodecomposição é caracterizada pelo metabolismo dos próprios grãos. Os grãos armazenados são organismos vivos, por isso respiram, consumindo reservas nutritivas, produzindo calor, umidade e gás carbônico. Além da respiração, outras reações químicas e bioquímicas provocam consumo e/ou transformação dos compostos químicos, resultando em perdas do produto. Se não forem removidos da massa de grãos, o calor e a água produzidos durante o armazenamento aceleram as reações de autodecomposição favorecendo o desenvolvimento de microrganismos e a produção de toxinas, além de insetos e ácaros, que depreciam o produto.
As propriedades desejáveis para a conservação e/ou consumo do produto são: teores de umidade uniformes e relativamente baixos; baixa percentagem de grãos quebrados, brocados, danificados e de materiais estranhos; baixa suscetibilidade à quebra; alto peso específico; alto rendimento em amido (moagibilidade), boa conservabilidade do óleo; elevado valor protéico; alta viabilidade (semente); baixos índices de contaminação por microrganismos; alto valor nutricional.
Dependendo da situação, tanto em maior ou menor grau, os fatores citados acima são relevantes na conservação dos grãos armazenados.