A paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma intercorrência relacionada com o nascimento que causa disfunção de membros superiores em recémnascidos (RN) submetidos a um parto traumático. Cabe destacar que a PBO afeta diretamente o neurodesenvolvimento das crianças acometidas, provocando limitações funcionais e impactando a capacidade de execução de diversas atividades da vida diária, nesse contexto, a fisioterapia é essencial para melhora da qualidade de vida dessa criança e de sua família. Diante do exposto, analise as assertivas a respeito da paralisia braquial obstétrica e da atuação fisioterapêutica nesta patologia e assinale a alternativa correta.
I. A paralisia braquial obstétrica (PBO) é causada por mecanismos de tração e está associada a fatores de risco, como parto prolongado ou instrumentalizado, macrossomia, apresentação pélvica, distócia de ombros, diabetes gestacional e ganho de peso excessivo da mãe durante a gestação, entre outros fatores relacionados com a anatomia materna e a gestação. Na maioria dos casos, o diagnóstico pode ser estabelecido logo após o nascimento, a partir da anamnese e da observação dos movimentos espontâneos de membros superiores, são avaliadas a simetria e a qualidade dos movimentos para verificação da possibilidade de lesão. Além disso, também devem ser observados os reflexos primitivos de Moro e tônico cervical assimétrico (RTCA), que estarão ausentes do lado da lesão.
II. O plexo braquial é constituído pelas raízes nervosas cervicais de C5-C8 e pela raiz torácica de T1, por definição, a paralisia braquial obstétrica (PBO) é uma lesão nervosa que acomete as raízes do plexo braquial em decorrência de seu estiramento durante o nascimento e que provoca paresia ou paralisia flácida de membros superiores. As lesões neonatais do plexo braquial podem ser classificadas em função da gravidade ou do nível da lesão, assim sendo, de acordo com a gravidade, podem ser considerados os seguintes tipos: lesão pré-ganglionar ou lesão por avulsão (lesão proximal que ocorre por descontinuidade das raízes nervosas), lesão pósganglionar ou por ruptura (lesão periférica provocada por ruptura ou compressão de algum ponto ao longo do trajeto do nervo) e, lesão por neuropraxia ou por estiramento (lesão por bloqueio momentâneo da conexão neurônio-axônio e que evolui com recuperação espontânea).
III. Em relação à localização da lesão do plexo braquial, podem ser definidas três categorias que terão apresentações clínicas diferentes de acordo com as raízes nervosas acometidas. São elas: paralisia de Klumpke (é a mais frequente, caracterizada pela lesão das raízes C5 e C6, ocasionalmente C7), paralisia total ou de Erb-Klumpke (envolve as raízes de C8 a T1 e é a mais rara) e, paralisia de Erb ou Erb-Duchenne (lesão completa do plexo braquial, das raízes de C5 a T1).
IV. A abordagem inicial, ainda na maternidade, tem por objetivo promover analgesia e cicatrização e consiste em manter o membro afetado imobilizado junto ao tórax por cerca de 2 a 3 semanas. Em seguida, considerando que o tratamento da paralisia braquial obstétrica (PBO) deve ser iniciado o mais breve possível, as metas deverão estar relacionadas com posicionamento, manutenção da mobilidade, estimulação sensorial, estimulação lúdica e desenvolvimento de função motora de acordo com a idade. Cabe priorizar a mobilização passiva leve e orientar os pais e cuidadores em relação a manuseio e posicionamento adequados do membro, a fim de evitar aderências e contraturas.
V. A mobilização passiva deve ser feita no sentido cefalocaudal, iniciando com movimentos de pronação e supinação do antebraço, seguidos de movimentos de flexão e extensão do cotovelo e, por fim, abdução e rotação do ombro. Quando for possível a mobilização ativa, não é necessário respeitar as etapas do desenvolvimento neuromotor normal e promover a estimulação de maneira lúdica com jogos e brinquedos de vários formatos, texturas e cores. A estimulação sensorial não é tão importante quanto a motora e deve consistir em estímulos com diferentes texturas, formas, vibrações e temperaturas sobre a pele.
VI. Nos casos mais gravesestá indicada correção cirúrgica, quando não é satisfatória a resposta ao tratamento inicial. Em geral, considera-se essa possibilidade após o terceiro mês de vida do bebê, sendo de extrema importância a reabilitação tanto no pré como no pós-cirúrgico. Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais devem trabalhar juntos com intuito de recobrar a capacidade funcional e reorganizar as funções musculares após recuperação das estruturas nervosas lesionadas.
Apenas I, II e III estão corretas.
Apenas I, II, IV e VI estão corretas.
Apenas III, IV e V estão corretas.
Todas estão corretas.