Digamos que, na Geografia, o espaço é mais do que, simplesmente, a superfície terrestre. Assim, é correto afirmar, para a ciência geográfica, a respeito do espaço:
A sociedade expressada no espaço seria o espaço social, enquanto o estudo dos planetas e outros corpos celestes seria o espaço sideral. Conceitos da sociologia e da astronomia, respectivamente. Já, na Geografia, não há um conceito próprio de espaço, embora Milton Santos (1926-2006) tenha proposto a conceituação de espaço como um sistema indissociável de objetos e de ações, suas proposições não tiveram êxito e nem reconhecimento.
Milton Santos foi um geógrafo latino-americano que recebeu reconhecimento internacional ao expor, ao longo das suas obras, a incapacidade e a não necessidade de afirmar o espaço como objeto de estudo da ciência geográfica, muito menos de defini-lo.
O espaço é um produto histórico, mas passivo e inerte. Como o espaço já foi objeto da ciência geográfica, entretanto, é impossível defini-lo, já que é um conceito importado da Física, o que impede de conceituá-lo ou compreendê-lo geograficamente.
Milton Santos (1926-2001), célebre brasileiro, contribuiu de maneira a refinar a conceituação de espaço enquanto objeto da ciência geográfica, quando afirmou (na clássica obra 'Por uma Geografia Nova): "O espaço geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”.
O espaço é a primeira natureza e a segunda natureza, assim, resultado de intervenção de sistemas naturais, como: vulcões, terremotos e regimes de ventos. A natureza é sinônimo de espaço biológico, já que os seres humanos não possuem a capacidade de criação de espaço (sendo os humanos não geográficos, pois "seres aespaciais").