Leia os trechos a seguir:
I. Essa revolução científica e filosófica causou a destruição do Cosmos, ou seja, o desaparecimento dos conceitos válidos, filosófica e cientificamente, da concepção do mundo como um todo finito, fechado e ordenado hierarquicamente, e a substituição por um universo indefinido e até mesmo infinito que é mantido coeso pela identidade de seus componentes e leis fundamentais, e no qual todos esses componentes são colocados no mesmo nível de ser. Isso implica no abandono, pelo pensamento científico, de todas as considerações baseadas em conceitos de valor, como perfeição, harmonia e objetivo.
Adaptado de KOYRÉ, Alexandre. Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 6
II. Hoje em dia, a ideia de ter existido um acontecimento singular e distinto, localizado no tempo e no espaço, ao qual se pode chamar a Revolução Científica deixa insatisfeitos muitos historiadores. Atualmente, estes historiadores rejeitam mesmo a existência no século XVII de uma entidade cultural, singular e coerente denominada ciência, à qual se atribui a responsabilidade de uma mudança revolucionária. O que existiu foi pelo contrário, um leque diversificado de práticas culturais empenhadas em compreender, explicar e controlar o mundo natural, cada uma delas com diferentes características e cada uma experimentando diferentes modalidades de mudança.
Fonte: SHAPIN, Steven. A revolução científica. Lisboa: Difel- Difusão Editorial, 1999, p. 25.
Com base nos trechos citados, assinale a afirmativa que menciona corretamente as interpretações sobre a Revolução Científica.
Em I e II, o evento é considerado uma ruptura específica das compreensões da natureza de contextos passados.
Em I e II, o evento é concebido como uma atividade consensual da comunidade científica moderna.
Em I e II, o evento é percebido como um processo de mudanças das técnicas cientificas de maneira singular.
Em I, o evento é analisado através da sua longa duração, enquanto II considera a harmonia entre seus participantes.
Em II, o evento é entendido como um movimento processual desigual, enquanto I acredita em seu caráter revolucionário.