A Doutrina de Segurança Nacional foi usada como justificativa para as Forças Armadas conservarem o poder após o golpe de 1964. Formulada nos EUA durante a Guerra Fria – sobretudo no National War College –, a ideologia da segurança nacional partia do princípio de que o Ocidente capitalista vivia em guerra permanente contra o comunismo. A agressão poderia vir do exterior, ou seja, de países comunistas, ou do interior da própria sociedade dos países ocidentais. Neste caso, tratava-se do “inimigo interno” – cidadãos do próprio país que professavam a ideologia comunista. Segundo a ideologia de segurança nacional:
Os partidos ligados ao comunismo poderiam existir, mas deveriam ser vigiados de perto (liberdade vigiada).
Os cidadãos seguidores do comunismo deixavam de ser “cidadãos” para serem considerados inimigos do Estado.
A obediência do poder civil e o respeito à legalidade democrática dos militares ao poder civil deveriam existir na mesma medida.
Só os militares da Escola Superior de Guerra, governantes supremos do país, poderiam exercer cargos políticos ligados a governança.