“[...] os depoimentos de Luzias e Saquaremas [...] nos mostram [...] a distinção que ambos estabeleciam entre os movimentos levados a efeito pela ‘flor da sociedade brasileira’ [...] e os demais, da ‘escória da população [...].”
Texto extraído de: MATTOS, Ilmar Rohloff. O tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec, 2004, p. 124.
Sobre as relações e os conflitos sócio-políticos no Império brasileiro, tendo como perspectiva a análise de Ilmar Mattos, é CORRETO afirmar:
Entre os movimentos da “escória da população”, nas perspectivas dos Luzias e Saquaremas, estava o dos farrapos no Rio Grande do Sul.
As pessoas livres e pobres, predominantemente mestiços e negros (como os “agregados”, aqueles que conseguiam um lote de terra por favor do grande proprietário), estavam fora do “mundo do governo” e pertenciam ao “mundo do trabalho”.
A “flor da sociedade brasileira” compreendia a nação - saída do processo de independência da América portuguesa – dividida entre povo (governantes e grandes proprietários) e plebe (livres pobres e escravizados).
Os Fundadores e consolidadores do Império do Brasil entendiam a sociedade brasileira dividida nos mundos do governo, da desordem e do trabalho.
Os fundadores e consolidadores do Império do Brasil entendiam que a sociedade brasileira não poderia ser regida pelo povo, mas, sim, pela sociedade política (ou seja, a “boa sociedade”).