O termo gênero é frequentemente utilizado para descrever certos padrões de composição artística que, ao longo do tempo, têm sido empregados para moldar a imaginação humana. O filósofo Aristóteles foi um dos pioneiros a explorar os gêneros literários, identificando diferenças e hierarquias entre as diversas formas de expressão literária na Grécia Antiga. Essas análises foram posteriormente compiladas em sua obra Arte Poética (2003), que se tornou um clássico amplamente estudado e ainda é relevante para professores, pesquisadores e estudantes de Literatura. A respeito dessa obra, em síntese, é CORRETO afirmar que, para Aristóteles:
ARISTÓTELES. Arte poética. São Paulo: Martin Claret, 2003.
O poeta, diferentemente do historiador, que trabalha com fatos que já aconteceram, trabalha com aquilo que não pode acontecer, o que traz um caráter particular à Literatura, enquanto a História tem caráter universal.
O historiador e o poeta se distinguem um do outro pelo fato de que um escreve em verso e o outro escreve em prosa.
A mimese é a imitação da realidade. Assim, cada gênero literário trabalha com a mimese de forma semelhante, pois é pela imitação que se adquire conhecimento da realidade por meio da arte literária.
A comédia é um exemplo de como a representação eleva as ações humanas, causando reflexão e catarse. Já a tragédia e a epopeia são gêneros nos quais a mimese atua para rebaixar o caráter humano, colocando-o em posição inferior.
A produção literária pode ser organizada em gêneros por meio de dois critérios fundamentais: a forma e o conteúdo. Com relação ao conteúdo da narração, ele destaca três focos de atenção: as paixões, as ações e os comportamentos humanos. Com relação à forma, considera dramático o texto no qual há somente a atuação das personagens, sem a presença de um narrador; e épico, o texto no qual o poeta narrador fala por meio de uma personagem, como nos poemas de Homero.