Imagem de fundo

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes,...

“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber”.

Esse é um fragmento da Carta de Pero Vaz Caminha, em que dava notícia do descobrimento do Brasil ao rei de Portugal, descrevendo os índios da nova terra. Para fazer a descrição de coisas surpreendentemente novas, Pero Vaz Caminha apela para:

A
comparações com as realidades do mundo europeu.
B
vocábulos inexistentes na língua portuguesa de então.
C
hiperônimos, vocábulos de sentido muito amplo.
D
sinônimos mais cultos, já que a carta era dirigida ao rei.
E
vários eufemismos a fim de reduzir a rudeza da cena.