Os dentifrícios fluoretados são considerados um dos métodos mais racionais na prevenção das cáries, pois aliam a remoção do biofilme dental à exposição constante ao flúor. Sua utilização tem sido considerada responsável pela diminuição nos índices de cárie observados hoje em todo o mundo, mesmo em países ou regiões que não possuem água fluoretada. De acordo com o Guia de Recomendações para o Uso de Fluoretos no Brasil, de 2009, assinale a alternativa INCORRETA sobre os dentifrícios fluoretados.
O dentifrício fluoretado apresenta uma ação benéfica na prevenção das cáries porque aumenta a concentração de flúor na saliva por cerca de 40 minutos após a escovação.
Embora o produto comercial seja adquirido pelos indivíduos e famílias no mercado, é considerado um meio coletivo de obtenção de flúor, uma vez que a possibilidade da aquisição do produto, independentemente do poder aquisitivo dos indivíduos e famílias, depende de decisões governamentais, no âmbito das políticas públicas, relacionadas com a regulamentação da medida pelas respectivas autoridades, em cada país.
Dois tipos de compostos fluoretados são comumente utilizados nos dentifrícios: fluoreto de sódio (NaF) ou monofluorfosfato de sódio (MFP, Na2PO3F). Independentemente do composto utilizado, a ação na cavidade bucal será a mesma, pois ambos liberam o íon fluoreto na cavidade bucal, o primeiro por ionização quando em contato com água, e o MFP pela ação de enzimas chamadas fosfatases, que estão presentes na cavidade bucal.
O flúor (F) se retém na cavidade bucal por um período ainda maior de tempo através de dois mecanismos: nas superfícies dentais limpas pela escovação, o F reage com o dente, formando regularmente pequena quantidade de fluoreto de cálcio na superfície do esmalte-dentina. Já nos residuais de placa não removidos pela escovação, o F se difunde e se deposita na forma de reservatórios com cálcio (Ca), orgânico ou mineral.
Com o objetivo de reduzir os riscos de desenvolvimento de fluorose dentária em crianças em idade pré-escolar, tem sido indicado o uso de dentifrícios com baixa concentração de fluoretos (cerca de 500 ppm F), principalmente em crianças sem atividade de cárie significativa.