Leia o excerto a seguir:
“O Programa de Qualidade Total, que teve seu início em empresas do Japão, na década de 50, e traz uma proposta denominada ‘novo paradigma’ em administração, tem sido implantado em organizações do mundo inteiro. As palavras de ordem do Programa são: eficiência, controle, competitividade. Procurando ir além da administração do caráter taylorista, que privilegiava a produtividade centrada na quantidade do trabalho, instala-se a palavra de ordem da qualidade [...].” (Rios, T. A. Compreender e ensinar? Por uma docência da melhor qualidade. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2001).
Terezinha Rios refere-se ao Programa de Qualidade Total para contextualizar a noção de qualidade em educação, sobretudo na conjuntura brasileira. De acordo com a perspectiva da autora, é possível afirmar que
não é produtivo adjetivar o termo qualidade quando se fala em educação, pois a qualificação limita o significado e, consequentemente, sua efetivação.
adjetivar de total a qualidade da educação denota uma concepção ampla, otimista e exigente, estando permanentemente aberta ao aprimoramento e à transformação.
as expressões qualidade total e qualidade sociocultural não se opõem quando se trata de educação, uma vez que ambas apontam para a necessidade da construção.
o discurso sobre qualidade educacional, no Brasil, herdado da iniciativa asiática, reveste-se de um viés econômico, mas não político.
o discurso da qualidade total desloca o eixo do debate sobre a qualidade do ensino como direito para uma articulação a questões associadas à produtividade e à competitividade.