“A inserção dos serviços de Atenção Primária à Saúde no meio popular, devido a sua localização e ligação com os movimentos sociais, cria condições para que a globalidade dos problemas de saúde se manifeste, desafiando as limitações e competências individuais dos vários profissionais e especialistas. Assim, a interdisciplinaridade passa a ser cobrada não só pela vontade de alguns deles, mas também a partir das demandas da população (...) que por meio da pressão dos grupos populares locais, incorporam as dimensões coletivas dos problemas de saúde no cotidiano dos serviços.”
VASCONCELOS, Eymard Mourão. Redefinindo as práticas de Saúde a partir de experiências de Educação Popular nos serviços de saúde. Interface (Botucatu), Botucatu , v. 5, n. 8, p. 121-126, Feb. 2001.
Considerando as práticas de saúde a partir de experiência de Educação popular, pode-se afirmar:
Profissionais que de fato estejam comprometidos politicamente com a população, nas quais a relação educativa com a população é priorizada, conquistam com facilidade a hegemonia de suas práticas, com estabelecimento definitivo e estruturado de práticas alternativas, se assim desejarem.
Educação Popular é considerada o mesmo que “educação informal”, por constituir propostas educativas que se dão fora da escola.
Condiciona-se na Educação Popular a existência de um processo de discussão verticalizado, associado a conteúdo significativo e representativo para a maioria.
Para o setor de saúde brasileiro, a participação histórica no movimento da Educação Popular foi marcante na criação de um movimento de profissionais que busca romper com a tradição de relação normatizadora e autoritária da educação em saúde.
A Educação Popular desobstrui e fortalece a relação com a população e seus movimentos organizados, contudo só se estabelece por meio de conhecimento cientifico fundamentado oriundo da academia, o que lhe confere caráter mercantilista.