“Falavam em fuzilamentos, em gente que era embarcada nos aviões militares e atirada em alto-mar. Havia muita confusão. Sempre que há mudança violenta de poder, a regra dos entendidos é sumir, evaporar-se, não se expor, nos primeiros momentos da rebordosa, um sargento qualquer pode decidir sobre um fuzilamento. Depois as coisas se organizam, até mesmo a violência é estruturada, até mesmo o arbítrio. Mas quem, no meio tempo, foi fuzilado, fuzilado fica.”
CONY, Carlos Heitor. Quase memória: quase romance. Rio de Janeiro: O Globo; São Paulo: Folha de S. Paulo, 2003, p. 183.
No excerto da obra em destaque, baseada em fatos ocorridos durante a Ditadura Militar (1964-1985), observa-se que, se nos primeiros momentos após o golpe de Estado houve certa desarticulação quanto às ações violentas dos golpistas sobre os opositores, posteriormente ocorreu
o desmonte das ações repressivas.
a institucionalização da repressão.
a diminuição do terror.
o retorno das liberdades democráticas.
o estabelecimento da segurança pública.