Leia o trecho a seguir, extraído do Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade:
“Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. De todos os tratados de paz. Tupi, or not tupi that is the question”.
ANDRADE, Oswald de. O manifesto antropófago. In: TELES, Gilberto Mendonça. Vanguarda européia e modernismo brasileiro: apresentação e crítica dos principais manifestos vanguardistas. 3ª ed. Petrópolis: Vozes; Brasília: INL, 1976.
O Manifesto Antropófago de Oswald de Andrade é um dos marcos do Modernismo Brasileiro. O conceito de “antropofagia” é usado pelo escritor para indicar um dos ideais da literatura modernista brasileira. No espectro dessa literatura, portanto, a antropofagia consiste:
Na desconsideração total das influências europeias, para a construção de uma literatura genuinamente brasileira.
Nas descrição das práticas canibais das tribos tupinambás brasileiras.
Na assimilação crítica das influências da cultura de outros povos para a criação de uma literatura baseada nas características e na realidade do povo brasileiro.
Na total assimilação da cultura europeia, em detrimento das manifestações culturais nacionais, uma vez que o período estava marcado pela ascensão das vanguardas históricas no contexto europeu.
Na preocupação excessiva com a forma, tendo como referencial o ideal parnasiano de beleza.