Claude Debussy (1862-1918), já na esteira dos novos rumos que a música de Wagner apontou, ao abandonar a tirania da nota sensível, aproxima-se do universo dos modos eclesiásticos da Idade Média e daqueles do extremo Oriente, como os da música javanesa, por exemplo. Segundo Barraud, ao criar a escala hexafônica, Debussy reduziu “o sistema tonal a mi - galhas”. (BARRAUD, Henry. Para compreender as músicas de hoje. São Paulo: Perspectiva, 1975).
Na perspectiva de Barraud, por que Debussy reduziu o sistema tonal a migalhas?
O intervalo de quinta aumentada, presente na escala de tons inteiros de Debussy, não permite a superposição de duas terças desiguais que dão origem aos acordes perfeitos, afastando os polos gravitacionais de atração e repulsão tão inerentes ao sistema tonal.
A escala hexafônica, criada por Debussy, permite uma grande possibilidade de modulações que, no mais das vezes, fazem com que o repouso proporcionado pela tônica seja constantemente adiado.
O sistema tonal começara sua diluição com Wagner, e Debussy levou a cabo esse processo ao criar uma nova sensibilidade tonal, caracterizada como impressionismo musical.
A escala hexafônica teve como fundamento a gama cromática, fazendo com que a música deixasse de ser diatônica.