Reconhecer a instituição educacional como "nicho ecológico para o desenvolvimento e a formação" pressupõe assumir o professor como sujeito e não objeto de formação. Parte da premissa de que o profissional de educação possui uma epistemologia prática, um conhecimento e um quadro teórico construído a partir de sua prática. Por isso, é necessário um modelo de aprendizagem cujas metas sejam dirigir-se a si mesmo e orientar-se para a capacitação e para a autonomia, tendo como características principais: criação de atitudes de valorização e respeito; presença de um currículo de formação articulado em torno das necessidades e aspirações dos participantes; estabelecimento de relações de estímulo e questionamento mútuo.
IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. v.14. (Coleção questões da nossa época). São Paulo: Cortez, 2022, p. 86 (adaptado).
A partir dessas considerações, é correto afirmar:
O planejamento da formação centrada na escola supõe o fortalecimento do caráter instrumental na formação de professores com objetivo de responder, a partir de procedimentos técnico-formativos, aos problemas escolares.
A formação centrada na escola pretende desenvolver um paradigma colaborativo entre os professores, pressupondo respeito e reconhecimento do poder e capacidade dos professores.
A organização da formação centrada na escola pressupõe transferir para o território físico do estabelecimento de ensino as sintéticas e independentes ações de formação que, tradicionalmente, ocorriam em outros espaços.
A formação centrada na escola permite que a dimensão individual e os problemas específicos de cada professor ganhem destaque, não sendo diluídos em perspectivas coletivas e generalizadas.
Devido à histórica função de formação clássica e à experiência com processos de escolarização que capacitam para o exercício profissional, as escolas são lócus de formação por natureza, havendo pouca ou nenhuma necessidade de adequações.